Lost in Translation

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terça-feira, 1 de março de 2011

Couchsurf and great adventures!!

Então o nosso fim de semana em Toulouse..

Humm.. Antes de mais nada há que salientar que fizemos coushsurf. Tanto eu como a Bet nunca tinhamos feito, não faziamos ideia o que esperar e foi qualquer coisa de hilariante!!

Quando chegamos a Toulouse, já passava das oito da noite. Fomos directamente para casa dos nossos hosts, onde eles já estavam a começar a festa com mais duas australianas, também couchsurfers. 

Fomos parar a uma casa só de rapazes, estudantes. Marquei o coushsurf um pouco em cima de hora. Ainda enviei vários requests mas só estes é que me responderam que sim, todos os outros já tinham casa cheia. Ainda que nos tenhamos deparado com algumas coisas menos agradáveis (já se sabe como é a casa de rapazes) acho que o fim-de-semana não podia ter sido mais divertido.

Bem.. então.. chegamos lá a casa e estavam todos na sala a conversar. Como eles tinham um amigo que fazia anos a visitá-los, o espírito de festa durou o fim de semana todo. O belo do cenário começa mal entramos a porta, uma cebola no chão (eu sei, não perguntem). Na sala, copos sujos e cinzeiros a transbordar espalhados, móveis todos apanhados na rua (com ar de que nem um pano viram) e o belo do cozinheiro a cortar a cebola para o jantar aqui.. lol

E viva o espíriro de viajante!! ihih 

Jantamos uma espécie de massa que não sei muito bem o que tinha lá para dentro (mais parecia ração na verdade, ihihi) e depois lá fomos nós para um concerto na universidade deles. La Rochelle é uma cidade muito pequena e portanto, entre outras coisas, concertos é coisa que não existe. Como eu adoro concertos, estava bem deserta de ir.

A universidade deles fica na outra ponta de Toulouse em relação à casa. Apanhamos o metro e lá fomos nós. Para pedir cerveja, paga-se pela primeira vez o copo e depois ficamos a beber a noite toda com o mesmo copo, só se paga a cerveja. O método dos rapazes é bem mais eficaz, roubam-se copos usados e só se paga a cerveja. Ora.. porque não? Bora lá fazer o mesmo. Casa de banho sem sabão e viva o desinfectante que ainda vem de Timor. Eu que raramente o usei em Timor, neste fim de semana acabou-se.. ahah

Muita música e diversão depois.. ficamos a saber que o metro já tinha fechado à meia noite e portanto tinhamos de ir a pé para casa. Visto que Toulouse não é uma cidade propriamente pequena e a casa ficava do outro lado da cidade, bora lá duas horinhas e meia a pé até casa.. e.. ainda apanhamos o metro o primeiro metro da manhã para fazer as três últimas estações!! Por muito divertida que a viagem tenha sido, claro está, que depois de atravessar Toulouse a pé e de nos deitarmos às seis da manhã, a ideia de nos levantarmos cedo para ir visitar a cidade foi pelo cano. Dormimos até às duas da tarde.

O deitar também foi toda uma aventura. Chegamos a casa a morrer de estafadas e os rapazes puseram-nos logo os colchões no chão da sala. Não sei como é que os rapazes sobrevivem mas não têm aquecedores em casa. Não se esqueçam que estamos em França e o frio aqui é terrível. O meu saco-de-cama é bem fininho portanto tive de pedir um dos deles emprestado. Fechei-me bem dentro do meu casulo, pois tanto o colchão como o saco-de-cama deles tinham um cheiro um tanto ou quanto desagradável e tentei adormecer. Processo um pouco complicado pois os rapazes continuaram a fazer a festa na cozinha.

Acordamos e agora vamos lá tomar banho. A Bet foi a primeira vítima e chega cá a baixo a dizer para ter cuidado com as armadilhas. “Veste-te dentro da banheira porque se pões os pés naquele chão, ficam piores do que quando entraste. Cuidado com as bolachas meias comidas na prateleira da casa-de-banho e atenção que a torneira da água está ao contrário: encarnado é água fria e azul, a quente”.

Não sei qual é a ideia que estou a transmitir a quem está a ler.. Mas digo-vos apesar de todos os acontecimentos (ou secalhar, por causa deles) nunca me ri tanto na minha vida.

Às três da tarde de sábado, lá fomos nós passear para o centro da cidade. Óbvio que depois da longa caminhada da noite anterior e umas horas muito mal dormidas, continuar a andar pareceu-nos o pior sufoco. Arrastamo-nos pela cidade até as oito e depois fomos ter com os rapazes a casa. Nessa noite, eramos 8 couchsurfers, as duas australianas, dois americanos e duas alemãs. Felizmente, tivemos o bom censo de passar no supermercado e comprar jantar porque o jantar desta vez era mesmo trinca para cão. Um arroz amarelo bem pastoso com uma espécie de feijão verde (acho eu).

Ficam algumas fotografias do pouco que vimos em Toulouse:









Depois do jantar, lá fomos nós para mais um concerto na universidade. Desta vez ska. Não podia ter sido melhor ideia mas fizemos os rapazes prometer-nos que voltavamos para casa antes do metro fechar. 

Também muita cena hilariante. Antes de sairmos, um dos rapazes foi buscar uma mala cheia de roupa e disse que era costume todos os coushsurfers se mascarem e ir fazer a festa para o centro da cidade. Vesti-me de Pai Natal e bora lá. Outra viagem de metro bem engraçada, com toda gente a olhar para o grupo de parvalhões mascarado com roupas velhas e sem qualquer nexo. Ao que parece, os rapazes apanham de tudo na rua e vão acumulando. Um deles fez questão de salientar que todas as roupas são lavadas, eu prefiro nem pensar. Claro está que cheguei a La Rochelle, enfiei tudo na máquina de lavar e tomei banho a esfregão. 

Algumas fotografias da noite:




A cozinha...



O grupo..


Ainda tivemos mais algumas cenas muito engraçadas como: um rapaz bem feliz a gabar-se do seu maravilhoso sotaque inglês porque eu vivi 3 meses em.. ui.. esperem aí.. tenho que ir ali vomitar e já venho. Ou ainda, uma francesa que me veio perguntar donde é que eu era, quando disse que era portuguesa, debitou-me orgulhosa todos os piores palavrões em português e partiu-se a rir. E pronto, outra noite bem divertida e lá voltamos para casa de METRO. Acho que se não tivessemos saído naquele momento, tinhamos voltado para casa a pé, outra vez.

Domingo, apanhamos o comboio de volta às duas da tarde porque era o mais baratinho e víemos a viagem toda a ver filmes no meu computador. Felizmente o inter-cidades tem electricidade, pois 7 horas a olhar para o ar não é o meu forte.


A minha cara de felicidade quando descobri que havia electricidade..

Chegadas a La Rochelle veio-me a pequena impressão de que me faltava alguma coisa. Mas não percebo, temos as malas todas connosco. Chego cá fora, onde está a minha bicicleta? Não a vejo. Ah não, espera. Está ali, mas sem um pneu! Tão Bom! Claro que a Bet fartou-se de gozar comigo.

Conclusão deste pequeno fim-de-semana: nunca pensei que fosse possível alguém viver assim e ainda assim, eu conseguir divertir-me tanto. Os rapazes foram impecáveis. Sempre preocupados connosco, a ver se estavamos bem, se nos estavamos a divertir, se queriamos ir para casa, se ninguém se estava a meter connosco... Foram (com excepção da minha buddy) os únicos franceses que eu conheci cá que falavam fluentemente inglês.

Conhecer a cidade de Toulouse propriamente dita, vai ter de ficar para uma outra vez!

A nossa primeira experiêcia de coushsurf foi qualquer coisa de hilariante e sem sombra de dúvida a repetir. O que não se volta a repetir é eu deixar a bicicleta na gare.

A próxima aventura é precisamente a recuperação de um pneu para a minha querida bicicleta. Fica para o próximo post.

Um beijinho a todos!



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