Lost in Translation

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terça-feira, 8 de março de 2011

A minha bicicleta e o pneu da árvore!

Pois é.. Bora lá então contar as peripécias da minha bicicleta..
Como já vos disse, cheguei domingo à noite de Toulouse. Óbvio que depois de deixar a bicicleta abandonada na gare quase uma semana, quando cheguei faltava-lhe um pneu. Carregada de malas e com a bicicleta sem o pneu da frente, lá fui eu até casa da Bet onde deixei a bicicleta quase uma semana enquanto tratava de arranjar um pneu novo. Digamos que foi um passeio um tanto estranho pois toda gente olhava para nós a rir-se e como devem imaginar, domingo à noite, óbvio que a gare estava bem cheia. Depois de deixar a bicicleta em casa da Bet, lá fui eu a pé até casa, rogando pragas ao atrasado mental que me roubou a bicicleta ou a mim mesma, porque ao menos podia ter posto o cadeado a proteger também pneu da frente. É de facto muito fácil roubar um pneu da frente. Fui o caminho todo a ver se arranjava alguma bike a jeito para retribuir o favor, mas infelizmente toda gente já parece saber que La Rochelle é a capital francesa do roubo das bicicletas e tomam providências.
Logo nas primeiras semanas que cheguei aqui a La Rochelle, deparei-me com um estranho artefacto em cima de uma árvore, um pneu de uma bicicleta. Para os mais atentos ao meu fb, a fotografia que se segue já se encontra no meu álbum de erasmus desde as primeiras semanas. Ao tirar a fotografia pensei, de facto as pessaos aqui perdem a cabeça quando bebem (geralmente sempre à quinta feira) e durante a noite, coisas estranhas acontecem. Agora, depois de dois meses aqui, para além de ter a certeza que tal facto é bem verdadeiro, agradeço porque assim o é.


Logo na segunda feira, depois de sair das aulas de francês as sete e meia da tarde, pedi aos rapazes espanhoís para me ajudarem a subir à árvore para tirar o pneu. Estás maluca, não é seguro, nem pensar. Depois de dez minutos a tentar convencê-los, lá desisti e segui o caminho para casa bem contrariada e a chamar-lhes meninos.
Reservei para 4ª feira e pedi à Lucinda para me ajudar a subir à árvore para ir tirar o pneu. O problema foi que quando passei pela árvore à hora de almoço, o pneu já lá não estava. Quando cheguei à aula de francês, bem preprada para arrancar os olhos ao coitado do espanhol, ele diz-me que no dia anterior à noite, ele e o amigo tinham subido à árvore e tinha o pneu em casa dele. Não sei se foi a provocação ou  um súbito ataque de cavalheirismo, mas agradeço o acto.. ihihi
No dia seguinte lá fui buscar o pneu a casa dele mas como tive um jantar em minha casa e como tinha a minha bicicleta em casa da Bet, deixei o pneu em stand by.
Depois do jantar em minha casa (desta vez sem problemas de som, felizmente) lá fomos sair para o bar do costume. Por volta das quatro da manhã, depois de levar a Bet a casa trouxe também a minha querida bicicleta para casa. De manhã quando acordei deparei-me com o pequeno pormenor não muito engraçado de que, tinha bicicleta e tinha pneu mas não tinha parafuso. Nessa mesma noite, fomos para casa de uma amigo e no caminho para casa, consegui arranjar o parafuso. Sexta feira já tinha finalmente a minha bicicleta a funcionar.
E pronto.. aqui está mais uma aventura.
Para melhor ficarem a perceber o que é eu quero dizer com “estranhas coisas acontecem aqui durante as noites de quinta feira”, fica mais uma fotografia engraçada:

Um bicicleta em muito bom estado enterrada no porto. Já é a segunda bicicleta que eu vejo enterrada no porto. Isto já para não falar que toda a santa quinta feira, se estiver em casa claro, acordo algumas vezes durante a noite com alguém aos berros, a tocar às campainhas em vez do interrupetor da luz, etc… Enfim.. experiências erásmicas!
Um beijinho a todos!

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