Então aqui vai o segundo dia do nosso passeio pela Dordonha. Não se preocupem porque desta vez prometo que vou escrever pouquinho. Não fizemos assim tanta coisa no Domingo.
Acordámos de manhã e fomos tomar o pequeno almoço. Pãozinho fresco com COMPOTA e NESQUIK.. Normalmente nem costumo beber leite com chocolate mas depois de 4 meses até soube bem. A compota, adoroo mas não tenho porque nunca lancho em casa portanto não vale a pena ter, não é verdade? Até porque cá é beemm cara.
Depois disto lá nos fomos enfiar no autocarro para uma longa viagem até ao Castelo e às caves de Monbazillac. É um castelo bem giro construído no início do renascimento. Olhando para o castelo, conseguimos distinguir claramente as influências da idade média (os mecanismos de defesa) e da idade moderna (a elegância do edifício). Eu sei, esta última palavra não é nada minha mas de facto, para quem sabe do que eu estou a falar, é tal e qual. Olhando para a fotografia, vejam lá se percebem.
Já começam a utilizar janelas, dignas desse nome, mas sem perder a cintura amuralhada defensiva que podemos ver no primeiro andar. Nas torres laterais, as janelas continuam a ser pequeninas para facilitar a defesa. Agora digam-me lá, quais são as partes elegantes do castelo? Claramente, as de influência renascentista. As de influência medieval são abrutalhadas, não concordam comigo? São pormenores bem engraçados.
O castelo é uma "casa museu" e uma vez que pertenceu a uma família protestante, várias das salas têm essa temática. Numa delas, está exposto um livro anotado pelo próprio Jean Calvin. Fastástico! A Dordonha foi aliás uma região onde houve várias guerras religiosas entre protestastes e católicos. Daí talvez a grande mistura de influências na sua arquitectura. Apesar de ter sido construído em meados do século XVI, continuava a persistir a necessidade de defesa, caracteristíca da idade média.
Depois da visita ao castelo seguiu-se a visita às caves e as provas.
Não, claro que não vou gastar dinheiro em vinho. Saí de lá com três garrafas.. Grr.. O pai tem uma à sua espera em casa da mãe. Agora beba-a se faz favor, não é para ir fazer companhia à de Angelica que ainda está no barco!
Para terminar o fim de semana, fomos almoçar Bergerac. Ao domingo já se sabe que está tudo fechado neste país, portanto a aventura foi tentar arranjar um sítio onde almoçar.
Enquanto andavamos à procura de um restaurante ainda demos umas voltinhas pela cidade e deu para tirar umas fotografias bem engraçadas. No centro da cidade havia um pequena feira de antiguidades bem gira.
Esta escultura representa o senhor da lenda aqui do sítio. Chama-me Cyrano e é a personagem de um clássico literário francês. A história é sobre um senhor muito feio e com um nariz muito grande, Cyrano que se apaixona pela mesma rapariga que o amigo alto e esbelto. O problema está que o amigo já lhe havia pedido para ele escrever cartas em seu nome à rapariga, e portanto, a rapariga apaixona-se pelas cartas e por quem pensa serem escritas, o amigo alto e esbelto.
Adoro estas casas que parecem ser tiradas na BD do Astérix ou qualquer coisa do género. Não sei se se consegue ver bem na fotografia mas a casa está completamente torta. Em Bergerac havia imensas assim.
No meio destes passeios todos, ainda andavamos à procura de um restaurante para almoçar. Passamos num restaurante italiano com um aspecto fantástico mas um pouco caro. Estivemos ali um pouco a ver se entravamos ou não mas decidimos que se calhar era melhor ir dar mais uma voltinha. Passados dez minutos, três ou quatro raparigas do grupo decidiram que iam lá almoçar e o resto decidiu ir comer uma kebab. Rápido, bom e barato.
Estavamos nós já a comer a nossa linda kebab quando o grupo de raparigas chega a dizer que quando estavam para entrar no restaurante italiano, cheio de mesas vazias e perfeitamente a horas de almoço (senão me engano, era uma da tarde), o empregado bem mal educado, as mandou embora a dizer que não havia mesas. Fantástico não é?
Infelizmente já tenho passado por algumas destas situações. Olham, vêem que somos estudantes e não fazem sequer um esforço para inventar uma desculpa. São mal educados e tratam-nos mal. França é um país complicado!
Depois de toda a odisseia para arranjar um restaurante, acabamos todos por comer uma kebab e seguir para o autocarro porque já estavamos em cima da hora combinada. No caminho ainda deu para tirar umas fotografias bem giras:
E pronto.. Depois disto enfiamo-nos no autocarro para mais uma viagem de quatro horas bem enfadonhas. Durante todo o tempo só me lembrava das viagens de autocarro com os grupos, em que toda gente canta, faz palhaçadas e quem tem o azar de adormecer, acorda com alguma surpresa. O problema aqui era que, uma vez que somos todos de nacionalidade diferente, ninguém conhece as mesmas músicas. Eu só me lembrava das músicas dos grupos. Animar 50 pessoas de nacionalidades diferentes não é pêra doce portanto mais vale mesmo arrochar.
Por volta das seis da tarde, lá chegamos à gare e no caminho para casa, mais um presente francês. Num dos próximos posts hei-de referir esta pérola, estejam atentos!!
Um grande beijinho a todos
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